Textos para o 1. e o 3. Ano do Ensino médio
O Analfabeto Político
O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não
ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o
custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e
do remédio dependem das decisões políticas.O analfabeto político é tão burro
que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o
imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor
abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista,
pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais. Bertolt
Brecht
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho e nossa casa,
rouba-nos a luz e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
Eduardo Alves da Costa
Do rio que tudo arrasta se diz que é violento. Mas
ninguém diz violentas as margens que o comprimem.
Bertolt Brecht
O método científico é um conjunto de etapas ou passos
que um cientista segue, em uma sequência lógica e organizada, para estudar os
fenômenos. As principais etapas do método científico seguidas pela maioria dos
cientistas do mundo são:
Principais etapas do método científico
Vejamos em que consiste basicamente cada uma delas:
* Observação:
Diante de algum sistema ou alguma situação que ocorre na natureza, o cientista
é levado pela curiosidade e pela necessidade a buscar formas de entender o que
leva aquilo a acontecer. Assim, a partir da observação, que pode ser a olho nu
ou com a utilização de instrumentos, como o microscópio, o cientista começa a
formular questões.
Por exemplo, observa-se que a maioria das folhas é
verde. Então, a seguinte questão poderia ser levantada: “Por que as folhas são
verdes?”.
* Hipótese: Na tentativa
de responder à questão ou às questões levantadas, o cientista passa a tentar
dar uma possível resposta que explique o fenômeno observado. Essa é a hipótese,
ou seja, afirmações prévias para explicar os fenômenos.
Por exemplo, para responder à pergunta “Por que as
folhas são verdes?”, o cientista poderia levantar a seguinte hipótese: “Alguma
substância está presente em todas as folhas verdes e é responsável por lhes
conferir essa cor.”.
* Experiências:
Para verificar que a hipótese levantada é realmente verdadeira, o cientista ou
a equipe de cientistas realiza vários experimentos controlados, cujos dados são
medidos cuidadosamente e anotados. As experiências podem confirmar a hipótese
ou mostrar que ela não é verdadeira e deve ser descartada. Assim, outra
hipótese poderá ser levantada e outros experimentos serão realizados.
Com os avanços tecnológicos, atualmente existem muitos
aparelhos que tornam essas experiências mais precisas e confiáveis.
Por exemplo, para comprovar a hipótese de que alguma
substância confere a cor verde às folhas, poderiam ser realizados experimentos
para isolar alguns compostos presentes em todas as folhas verdes e verificar se
alguma dessas substâncias não estaria presente nas folhas que são de outras
cores.
* Lei: Depois de analisar cuidadosamente os resultados
obtidos com os experimentos, o cientista tira algumas conclusões. Se comprovar
que determinado fenômeno repete-se após certo número de experiências, ele pode
formular uma lei. Isso significa que ele descreverá os eventos que ocorrem de
modo uniforme e invariável, mas não explicará por que eles ocorrem.
Por exemplo, o cientista pode formular a seguinte lei:
“Todas as folhas verdes possuem a substância clorofila”.
* Teoria: É
a explicação para a lei. A teoria explica não só a questão levantada no início,
mas também todas as que surgiram durante as experiências e até mesmo prevê
possíveis situações relacionadas.
Por exemplo, uma teoria seria: “O tom esverdeado das
folhas ocorre porque elas produzem grande quantidade do pigmento clorofila. A
estrutura da clorofila possui o íon Mg2+, que é o responsável pela cor verde,
pois ele absorve bem os comprimentos de ondas das cores vermelha, laranja, azul
e violeta, mas reflete grande parte da luz verde, que é a cor que nós
enxergamos.”
Mais explicações sobre as cores das folhas podem ser
encontradas no texto: Por que as folhas mudam de cor?
Como foi criada a primeira vacina?
A primeira vacina surgiu a partir dos estudos
realizados pelo médico inglês Edward Jenner. Ele observou pessoas que se
contaminaram, ao ordenharem vacas, por uma doença de gado e chegou à conclusão
de que essas pessoas tornavam-se imunes à varíola. A doença, chamada de cowpox,
assemelhava-se à varíola humana pela formação de pústulas (lesões com pus).
Edward Jenner criou a vacina contra a varíola e ajudou
a erradicar essa grave doença.
Diante dessa observação, em 1796, Jenner inoculou o
pus presente em uma lesão de uma ordenhadora chamada Sarah Nelmes, que possuía
a doença (cowpox), em um garoto de oito anos de nome James Phipps. Phipps
adquiriu a infecção de forma leve e, após dez dias, estava curado.
Posteriormente, Jenner inoculou em Phipps pus de uma pessoa com varicela, e o
garoto nada sofreu. Surgia aí a primeira vacina.
O médico continuou sua experiência, repetindo o
processo em mais pessoas. Em 1798, comunicou sua descoberta em um trabalho
intitulado “Um Inquérito sobre as Causas e os Efeitos da Vacina da Varíola”.
Apesar de enfrentar resistência, em pouco tempo, sua descoberta foi reconhecida
e espalhou-se pelo mundo. Em 1799, foi criado o primeiro instituto vacínico em
Londres e, em 1800, a Marinha britânica começou a adotar a vacinação. A vacina
chegou ao Brasil em 1804, trazida pelo Marquês de Barbacena.
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